sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Declaração de Doação de Orgãos

Penso que é estranho o melindre causado quando falamos sobre a Morte. As vezes penso que as pessoas realmente acreditam que somos duráveis, eternos. Talvez até o sejamos, mas não nessa mesma, na mesmice e na gasta forma a que somos apegados. É sobre isso que quero opinar, é sobre isso que quero deixar registrada minha vontade. Não havia pensado nisso quando iniciei estas palavras, mas olhem só, as coisas vem, apenas vem. Uma das formas em permanecer por mais tempo vivo (mesmo que não seja da mesma e velha forma) é através da doação de órgãos. E aqui de forma clara, consciente, e posso dizer racional, declaro meu desejo de ser doador de todos os órgãos que puderem ser utilizados, beneficiando alguém que espera uma doação. Não pretendo morrer logo, pretendo sim Viver, por mais um bom tempo, que não sou eu a determinar e não é ninguém, nem aqui, nem em parte alguma. As coisas acontecem por acontecer, pela soma, junção, subtração, remoção, divisão, multiplicação ou qualquer que seja o nome do fator inesperado e súbito que ocorra. Posso estar morto (nessa forma velha e carcomida, mas que ainda tenho apego) daqui a cinco minutos, pode ser daqui a cinco dias, daqui a cinco meses, daqui a cinco anos ou cinqüenta, quem sabe? Eu não sei, mesmo que eu resolvesse agora colocar fim a minha existência não há certeza absoluta que o método usado funcionará ou que alguém impedirá ou que um meteoro caia do céu me deixando boquiaberto e maravilhado esquecendo o que ia fazer. Então é isso, eu Washington Luis Midões e Silva, declaro nesta data de 21 de outubro de 2011, que sou doador voluntário e consciente dos meus órgãos (veja bem; MEUS ÓRGÃOS!!!) e que darei ciência aos meus filhos (darei ciência é comunicar e não pedir permissão) sobre essa opção pessoal e irrevogável. A mesma declaração é pública para que não haja dúvidas ou contra-senso. E tenho dito!

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